quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Estrelas

Vejo estrelas, vejo a lua o céu e o mar
Vejo você entre as ondas a se quebrar
Ilusão do mar, sonhos despertos de marinheiro
Me vejo aqui na solidão das aguas, como um cativeiro
O vento me sussurra delírios e me acaricia o rosto e os cabelos.
 me faz lembrar do seu beijo derradeiro

Você me disse que acreditar no que no se vê nem se toca e de românticos e desesperados
Que o vento é poesia
Que todo sentimento é ilusão.
Enquanto isso o vento e o mar se beijam na curva inalcançável do horizonte
E meu coração pesa com a sua deserção.

Mas assim como não ha fim do arco-íris, e assim como eles jamais se atrelarão,
Nunca mais se vai dar a nossa união.
Mas como bom poeta te sinto, te sonho e te amo.
E me afogo em ilusão.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Bouquet

Como ver você e não me comover
como ser assim e não me consertar
como estar aqui e não me superar
tome o meu ser e molde no seu eu
me faça ressurgir nadando em seu mel
e depois de tudo me cante um cordel
me seja um farol, meu guia, meu sol, me dê um papel
posso ser o arlequim, a musa, a dona do bordel
posso mergulhar nesse mar de fel
e tocar você em um sonho cruel
é como tirar armas de um bouquet
e sem nem sequer começar a ponderar
- sem eu, sem nos, sem porque -
o absurdo que é se disparar dentro de um coração, que é seu.
mas que não queres amar.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Sentir

Soldado indefeso, desarmado, aturdido, suicídio.
Triste e louco, suicídio.
Escapando da dor para sofrer terrenalmente, eternamente, amor perdido.
Deu um tiro no escuro, homicídio; do seu ego.
Fratricídio, inocentemente culposo.
Mais uma vida que se vai, aqui estando, morta, ao ver a vida passar.

sábado, 19 de maio de 2012

Autobiográfico

Já posso dizer que não vejo você
Em capas de jornais, em livros velhos
Não lhe vejo discutir cinema
Não sei nem dizer o que é este dilema
Aonde estará você?
Em Roma, Paris, Ipanema?
Digo que não lhe vejo mais discutir Godard
Não lhe vejo em filmes velhos
Velhos velhos
Novos velhos
E quem diria que te vi dobrando a esquina
Cantarolando Our lips are sealed
E quem disse que não vejo o seu rosto
Rindo do vapor do café embaçando meu óculos
E quem diz que já não lhe vejo mais
Está errado
Completamente errado
Só vejo tua sombra.


Tão enferrujado!


sexta-feira, 18 de maio de 2012

As vezes você só quer dizer, só quer tirar isso da mente;
escorregar na linguá, bailar nos dentes, três palavras, ou quatro, ou cinco, ou cem
Se abrir essa caixinha não vai conseguir parar de olhar;
Te consume, te arrasta, te afasta, te corroí, te destrói, te cativa, sensibiliza, te faz pensar - epifania - agonia, dor, choro;
Se abrir vai ver descaso, ignorância, prepotência, vai ver vitima e vai ver vilão, vai ver o céu, vai ver o chão, vai ver loucura e injustiça, vai ver policia, parada cardíaca, vai ver o pão, a gula, o colchão, o marasmo, a imensidão, o delírio, a perdição.
Ela se foi né? É, tá sumida.
Ninguém quer saber da sua vida.
As  vezes é calor, as vezes é frio, as vezes é mar, repleto vazio, as vezes o mundo para pra ver, muitas outras manda se fuder.
Vai ver o gênio e o descerebrado, vai ver o quadrado e o abstrato.
Vai ver e vai pensar que entende.
Vai subjugar como muita gente.
Pode até te comover, ou você nem teve saco de parar pra ler, ou nem teve interesse em conhecer, pra que?
Tem tanto mais lá fora, você já tem outro universo aí pra lidar agora, cada um num mundo numa dança louca, se cruzando de vez em quando numa esquina dessas, sempre com pressa.
Muitos conseguem compartilhar, cativar, cultivar, manter, respeitar.
Eu não. Te confesso que não sei quem sou. Te confesso que as vezes penso que enlouqueci.
Eu acho que já enlouqueci.
Eu tenho certeza.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Hoje eu te vi.

E se estiver além das palavras, das caras e bocas, das intenções?
Dos gritos e das mentiras e do desfecho?
E se estiver nos olhos, no calor do abraço, no afago, no cheiro, escondido na essência, enterrado no peito.
E se tudo que foi dito não significa nada quando se toca, quando se pensa, quando se lembra, quando a saudade te aperta, quando o sentimento pisca, como um lampejo do que poderia ser e não é.
Mas sempre foi.
O coração perde um compasso e dá vontade de não te soltar, dá vontade de te beijar;
Bate uma vontade de que o tempo pare, de que o mundo suma, e de que tudo volte.
Então é isso, freia o passo, memoriza a cena, guarda num pedacinho daquele lenço dentro de uma caixa, dentro de uma gaveta, dentro daquela parte do armário que você nunca abre... Só quando quer lembrar de mim.

domingo, 23 de outubro de 2011

Versinho

Te amo más que todas las estrellas y los peces del mar. Te amo tanto que podría salirte a buscar en una noche escura, en un día de tremendo sol, en una selva de horrores dentro de un mar de rencor. Solo sé que iría a buscarte y no volvería sin ti. Saldría a buscarte en cada rincón, en cada parada, en cada estación, y en cada búsqueda este corazón te estaría esperando pero sin razón. No importa si te fuiste de este mundo o solo estás jugando a las escondidas en este nudo, no se entiende y nunca se va, no sé porque te fuiste en primer lugar.